15 setembro 2006

1, 2, 3,,,, Agora, você vai dormir

1, 2, 3,,,, Agora, você vai dormir

Enviado por SBH em 25/11/2005 08:29:00 (896 leituras internas)
Técnicas de hipnose ajudam a aliviar dores, melhorar a percepção e superar traumasMatéria do Correio Braziliense, 10 de abril de 2005Com a Hipnose, Rodrigo curou a fobia de falar em público e perdeu a vergonha de tocar violãoFlávia DuarteA idéia de falar em público o apavorava. O suor escorria frio e a bexiga reclamava. Para o estudante de administração Rodrigo Filgueiras, 25 anos, isso até não seria um grande problema não fosse a profissão escolhida.Além disso, sentia-se constrangido para debater idéias e expor opiniões no trabalho. Decidido a se livrar de tamanho incômodo, há um ano e meio procurou um hipnólogo. Chegou ao consultório desacreditado. Não conhecia nada sobre a técnica, mas estava disposto a colaborar e seguir as orientações do terapeuta.A conversa inicial foi longa e até incomodou. Rodrigo quis saber do especialista se eram necessárias tantas perguntas e ouviu a justificativa de que aquilo fazia parte do procedimento.Depois, deitou-se confortavelmente. O som ambiente e a temperatura agradável ajudavam a relaxar. A voz firme do hipnólogo Flávio Cardoso chegava pausada e tranqüila.O universitário ouviu que seus olhos pesavam e que seu corpo estava cada vez mais leve. Sentiu-se realmente assim. Estava em transe. Com a ajuda do terapeuta pôde recuperar algumas memórias. Voltou aos seis anos de idade e descobriu que nessa época foi severamente repreendido por uma professora diante da turma. Pronto! Ali estava a possível explicação para seu medo de falar diante de uma platéia.Rodrigo foi induzido a entrar num estado alterado de consciência, estágio intermediário entre o sono e a vigília. Ele foi hipnotizado. É assim que funciona. A sensação é de relaxamento máximo, de desligamento entre corpo e mente. Braços e pernas parecem mais pesados, o corpo aparentemente está sem domínio. Nesse momento, porém, a mente permanece em funcionamento e o hipnotizado está acordado. Ele consegue ouvir e responder a todas as orientações do terapeuta, é capaz de lembrar do que aconteceu durante a sessão e ainda tem o poder de pôr fim ao estado de letargia em qualquer momento que desejar.“A hipnose nada mais é do que uma imaginação acreditada. Com o estado emocional alterado, a pessoa se torna mais receptiva a informações e muda seu foco de atenção”, explica o médico Jairo Mancilha, diretor do Instituto de Neurolingüística Aplicada e membro internacional da Sociedade Americana de Hipnose Clínica. Por essa definição é possível afirmar que todas as pessoas entram em transe várias vezes por dia. Você já teve a sensação enquanto estava lendo um livro de que não existia nada a sua volta a não ser o cenário descrito pelo autor? Outro exemplo seria o de quem passa muitas horas dirigindo em uma auto-estrada e perde a noção do que está fazendo.O mesmo acontece durante uma sessão de hipnose. A diferença é que nesse momento há um condutor para ajudar a alcançar esse estado natural de funcionamento do cérebro. Por meio de palavras, música, repetições, sugestões de imagens visuais ou até mesmo com a ajuda do famoso pêndulo, o terapeuta induz o paciente ao relaxamento. “A partir daí, ele utiliza os próprios recursos internos que facilitam o acesso ao inconsciente e aos traumas”, explica doutor Mancilha. Na prática, a pessoa voltaria às lembranças da infância, reais ou não, e descobriria em qual momento da sua vida viu desencadear a fobia por ratos ou a gagueira, para citar dois exemplos. Uma vez detectada a causa do trauma, o hipnólogo “reprograma” o cérebro do paciente para anular esse sentimento ou atitude. “Na maioria das vezes, as fobias são desencadeadas por coisas simples que aconteceram e não foram bem resolvidas”, alerta o psicólogo Maurício Neubern.Foi o que aconteceu com Rodrigo Filgueiras, que conta ter voltado do transe com a sensação de que nada tinha mudado. “Mas na primeira oportunidade que surgiu de falar em público, senti que não tinha mais o problema”, conta o estudante. Hoje, diz fazer coisas que sequer imaginava no passado, como tocar violão para muitas pessoas. Agora, dá aulas particulares e até ingressou no Clube do Choro.Segundo o psicólogo Maurício Neubern, ainda acrescenta que as técnicas de respiração e autoconhecimento empregadas pela hipnose também ajudam o paciente a modificar uma forma de pensar e viver melhor no dia-a-dia. Foi por essa razão que a artista plástica Sônia Guerra, 64 anos, procurou o método para extravasar a criatividade na hora de pintar. Há seis anos, fez sua primeira sessão e em transe descobriu que poderia dar vazão a imaginação enquanto trabalha. “Aprendi a relaxar e quando pinto parece que estou mergulhada ali. Você se libera mais, o subconsciente vem à tona e a razão não te limita”, relata Sônia.Sônia Guerra num transe hipnótico conduzido pelo terapeuta Flávio Cardoso. Com o método, a artista plástica diz ter aperfeiçoado sua pintura.

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